Companheiros
e Companheiras,
Existe na
empresa SERPRO algum trabalhador ou trabalhadora que ainda acredita em cegonha?
Quando terminei de ler a ata da reunião entre o SERPRO e a
FENADADOS, fiquei mais uma vez impressionado com a falta de reação
da “nossa representação”, que após dois calotes seguidos da
empresa, em nossa PPLR, tem o cinismo de sentar à mesa para tratar
de uma nova negociação sobre este assunto, como se a fraude
perpetrada em 2012 e 2013, fosse algo resolvido e não devesse
constar da pauta dos trabalhadores e trabalhadoras, tal a desfaçatez
com que o SERPRO abordou a PPLR 2014.
O que
leva o SERPRO a agir assim? Alguém tem dúvida em relação ao
descaso do SERPRO nos processos negociais com a Federação? Claro,
tudo isso acontece em virtude do processo de negociação, ser mera
peça de ficção ou um simulacro para enganar os trabalhadores e
as trabalhadoras, já que tudo deve ser acertado nos bastidores, bem
distante dos nossos olhos. O que vem depois, é parte do teatro da
traição, encenado por uma representação pelega, que está
interessada em dar sequência, ao projeto de dominação/submissão,
dos movimentos sociais, com vistas à manutenção do PT no poder, e
para que isso ocorra, a pelegada dá, aluga, empresta e até vende o
direito e dever de representar a nossa categoria.
Será que
eu estou equivocado ao me referir aos negociadores da Federação
como pelegos, traidores e entreguistas? Então vejamos alguns fatos
para refrescar nossas memórias; o esforço da Federação para
desmobilizar as greves de 2008 e 2009, comunicando o fim das
campanhas que as motivaram, com vários Estados ainda em greve; nas
campanhas salariais seguintes 2011 a 2013, a Federação comandou um
processo de desmobilização, que começava nas assembleias para
construção das pautas, passando pelo esconderijo dos locais de
negociação, proibição da representação sindical de base em
participar das negociações; negociação sem validação em
assembleias, vários Estados não realizaram assembleias durante o
processo negocial; desrespeito às decisões de base, a exemplo da
negociação sobre o RETROATIVO HORA EXTRA-DSR, sem falar das
decisões de cúpula, que decretaram o fim das três últimas
campanhas salariais; e por fim, as negociações sobre PPLR, que
resultaram em vários anos sem que o SERPRO distribua os lucros.
Em tempo,
quero registrar a decisão escandalosa da última campanha salarial,
quando o SERPRO deixou a máscara cair e acordou em discriminar os
trabalhadores e as trabalhadoras do RS e SC, cujos sindicatos não
são filiados à Federação, excluindo-os da possibilidade de
utilizar as facilidades de compensação e pagamento dos dias de
greves, definidos para os trabalhadores e as trabalhadoras dos demais
estados. O SERPRO, com este ato, praticou atividade anti sindical e
interviu no processo de representação dos trabalhadores. Que a
Federação tivesse proposto, não seria nada estranho, mas o SERPRO
concordar, é uma vergonha, um verdadeiro conluio contra a classe
trabalhadora. Outro aspecto triste deste ato, foi a falta de reação
dos trabalhadores em nível nacional para impedir este absurdo.
Quando tomamos conhecimento do acordo, logo após a leitura da última
ata de negociação, encaminhamos um e-mail à Empresa, autorizando
descontar, integralmente, os dias de greve que participamos,
registrei o que pensava a respeito daquela negociação e fiz
registro disso, na assembleia de encerramento da campanha, onde
externei a necessidade de sermos solidários com os companheiros e as
companheiras que estavam sendo discriminados.
Walter
Reis
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