sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

MESA ESPECÍFICA NEGOCIAÇÃO SERPRO X FENADADOS SOBRE PPLR 2014

Companheiros e Companheiras,

Existe na empresa SERPRO algum trabalhador ou trabalhadora que ainda acredita em cegonha? Quando terminei de ler a ata da reunião entre o SERPRO e a FENADADOS, fiquei mais uma vez impressionado com a falta de reação da “nossa representação”, que após dois calotes seguidos da empresa, em nossa PPLR, tem o cinismo de sentar à mesa para tratar de uma nova negociação sobre este assunto, como se a fraude perpetrada em 2012 e 2013, fosse algo resolvido e não devesse constar da pauta dos trabalhadores e trabalhadoras, tal a desfaçatez com que o SERPRO abordou a PPLR 2014.
O que leva o SERPRO a agir assim? Alguém tem dúvida em relação ao descaso do SERPRO nos processos negociais com a Federação? Claro, tudo isso acontece em virtude do processo de negociação, ser mera peça de ficção ou um simulacro para enganar os trabalhadores e as trabalhadoras, já que tudo deve ser acertado nos bastidores, bem distante dos nossos olhos. O que vem depois, é parte do teatro da traição, encenado por uma representação pelega, que está interessada em dar sequência, ao projeto de dominação/submissão, dos movimentos sociais, com vistas à manutenção do PT no poder, e para que isso ocorra, a pelegada dá, aluga, empresta e até vende o direito e dever de representar a nossa categoria.
Será que eu estou equivocado ao me referir aos negociadores da Federação como pelegos, traidores e entreguistas? Então vejamos alguns fatos para refrescar nossas memórias; o esforço da Federação para desmobilizar as greves de 2008 e 2009, comunicando o fim das campanhas que as motivaram, com vários Estados ainda em greve; nas campanhas salariais seguintes 2011 a 2013, a Federação comandou um processo de desmobilização, que começava nas assembleias para construção das pautas, passando pelo esconderijo dos locais de negociação, proibição da representação sindical de base em participar das negociações; negociação sem validação em assembleias, vários Estados não realizaram assembleias durante o processo negocial; desrespeito às decisões de base, a exemplo da negociação sobre o RETROATIVO HORA EXTRA-DSR, sem falar das decisões de cúpula, que decretaram o fim das três últimas campanhas salariais; e por fim, as negociações sobre PPLR, que resultaram em vários anos sem que o SERPRO distribua os lucros.
Em tempo, quero registrar a decisão escandalosa da última campanha salarial, quando o SERPRO deixou a máscara cair e acordou em discriminar os trabalhadores e as trabalhadoras do RS e SC, cujos sindicatos não são filiados à Federação, excluindo-os da possibilidade de utilizar as facilidades de compensação e pagamento dos dias de greves, definidos para os trabalhadores e as trabalhadoras dos demais estados. O SERPRO, com este ato, praticou atividade anti sindical e interviu no processo de representação dos trabalhadores. Que a Federação tivesse proposto, não seria nada estranho, mas o SERPRO concordar, é uma vergonha, um verdadeiro conluio contra a classe trabalhadora. Outro aspecto triste deste ato, foi a falta de reação dos trabalhadores em nível nacional para impedir este absurdo. Quando tomamos conhecimento do acordo, logo após a leitura da última ata de negociação, encaminhamos um e-mail à Empresa, autorizando descontar, integralmente, os dias de greve que participamos, registrei o que pensava a respeito daquela negociação e fiz registro disso, na assembleia de encerramento da campanha, onde externei a necessidade de sermos solidários com os companheiros e as companheiras que estavam sendo discriminados.

Walter Reis

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