A meritocracia é um modelo conservador de avaliação funcional. E pior, sua engrenagem cria mentes dependentes, acomodadas e, com a fácil ajuda da correnteza, igualmente conservadoras. Nesse modelo, o individualismo predomina perante a coletividade. É a conclusão que se pode chegar ao ler o texto de Renato Santos de Souza, professor da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, publicado na coluna de Luis Nassif, no jornal GGN. Qualquer semelhança com o processo de promoção por mérito do SERPRO, é mera coincidência. Mas será mesmo coincidência?
A partir da análise empírica da filósofa Marilena Chauí, na qual critica a classe média paulistana, Renato investiga o motivo para o conservadorismo desse segmento social e afirma: a meritocracia está na base da ideologia conservadora da classe média. Não se constrói segurança social com mérito, pois este apenas reforça as relações de poder existentes, estritamente hierárquicas. Engana-se quem acha que, apenas por chegarem a um mesmo ponto, todos possuem as mesmas chances de vencer. As oportunidades não são iguais para todos, mesmo que participem do mesmo processo de seleção para uma instituição de ensino superior, por exemplo. Nunca foram dadas condições de igualdade de concorrência por vagas em cursos de ensino superior com presença majoritária de brancos da classe média, como medicina e direito. O percurso que um estudante da rede pública percorre é muito diferente do que o de um estudante de escola particular. Dessa forma, a meritocracia tão defendida, que permitiria chances iguais para todos, por esforço individual, é uma farsa, atrás da qual se escondem aqueles que insistem em manter seus privilégios.
É do conhecimento de todos os empregados que o processo de promoção da nossa empresa é -- ao menos em teoria -- meritocrático. Então, de forma análoga, pode-se trasladar o raciocínio do professor, trazendo-o para o nosso contexto. No entanto, ao invés de esmiuçá-lo (é um tema já bastante debatido), e com o intuito de incitar uma reflexão, indagamos:
1. As mesmas condições são dadas a todos os empregados para concorrer à promoção? De que forma são distribuídas as atividades entre os departamentos, setores e empregados? A decisão é tomada com base técnica apenas?
2. Se a "divisão do bolo" baseia-se, também, no resultado de indicadores, por que departamentos e setores mal classificados são tão contemplados quanto os bem classificados?
3. Por que as regras de classificação por departamento não são divulgadas no início do processo?
Para ler o texto que suscitou as questões acima, de autoria do professor Renato Santos de Souza, clique AQUI.
A partir da análise empírica da filósofa Marilena Chauí, na qual critica a classe média paulistana, Renato investiga o motivo para o conservadorismo desse segmento social e afirma: a meritocracia está na base da ideologia conservadora da classe média. Não se constrói segurança social com mérito, pois este apenas reforça as relações de poder existentes, estritamente hierárquicas. Engana-se quem acha que, apenas por chegarem a um mesmo ponto, todos possuem as mesmas chances de vencer. As oportunidades não são iguais para todos, mesmo que participem do mesmo processo de seleção para uma instituição de ensino superior, por exemplo. Nunca foram dadas condições de igualdade de concorrência por vagas em cursos de ensino superior com presença majoritária de brancos da classe média, como medicina e direito. O percurso que um estudante da rede pública percorre é muito diferente do que o de um estudante de escola particular. Dessa forma, a meritocracia tão defendida, que permitiria chances iguais para todos, por esforço individual, é uma farsa, atrás da qual se escondem aqueles que insistem em manter seus privilégios.
É do conhecimento de todos os empregados que o processo de promoção da nossa empresa é -- ao menos em teoria -- meritocrático. Então, de forma análoga, pode-se trasladar o raciocínio do professor, trazendo-o para o nosso contexto. No entanto, ao invés de esmiuçá-lo (é um tema já bastante debatido), e com o intuito de incitar uma reflexão, indagamos:
1. As mesmas condições são dadas a todos os empregados para concorrer à promoção? De que forma são distribuídas as atividades entre os departamentos, setores e empregados? A decisão é tomada com base técnica apenas?
2. Se a "divisão do bolo" baseia-se, também, no resultado de indicadores, por que departamentos e setores mal classificados são tão contemplados quanto os bem classificados?
3. Por que as regras de classificação por departamento não são divulgadas no início do processo?
Para ler o texto que suscitou as questões acima, de autoria do professor Renato Santos de Souza, clique AQUI.
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