DECLARAÇÃO
DE VOTO DE MINAS GERAIS NO 18º CNPPD, REFERENTE À COMPOSIÇÃO DA
NOVA DIREÇÃO DA FEDERAÇÃO
POR QUE
ESTAMOS NOS ABSTENDO COM DECLARAÇÃO DE VOTO?
- Porque se fôssemos contra não poderíamos declarar nosso voto e não declarando não tornaríamos públicas as nossas diferenças. E temos muitas diferenças que estão explicitadas nas teses que integram a documentação deste congresso.
- Porque dentre nossas diferenças uma básica é a de que NÃO ACREDITAMOS NO CAPITALISMO, PORTANTO NÃO QUEREMOS REFORMÁ-LO DANDO-LHE SOBREVIDA. NOSSO OBJETIVO É CONSTRUIR UMA SOCIEDADE SOCIALISTA, SEM OPRESSÃO NEM OPRIMIDOS. ESTA É NOSSA UTOPIA E TRABALHAMOS PARA TORNÁ-LA REALIDADE.
- Porque NÃO CONCORDAMOS COM A PRÁTICA POLÍTICA QUE NÃO PRIORIZA NUM CONGRESSO DA CATEGORIA O DEBATE POLÍTICO DAS TESES ESCRITAS POR MEMBROS DA CATEGORIA. PARA NÓS O DEBATE DAS TESES DEVERIA SER O PONTO ALTO DO CONGRESSO. NESTE ASPECTO NÃO TIVEMOS SEQUER O CUMPRIMENTO DO REGIMENTO INTERNO DO CONGRESSO, POIS O MESMO PREVIA O DEBATE. O QUE ACONTECEU NO PLENÁRIO FOI TÃO SOMENTE A APRESENTAÇÃO DAS TESES E VOTAÇÃO DA TESE GUIA, SEM NENHUM DEBATE.
- Porque, além do mais, não recebemos a tese da ARTICULAÇÃO SINDICAL QUE CONSTA DO CADERNO DE TESE, para discussão na assembleia de aprovação de delegados. Recebemos outro documento totalmente diferente, e como não somos ingênuos porque em política não tem espaço para ingenuidade, caracterizamos o não recebimento da tese como uma manobra política.
- Porque entendemos que o congresso da nossa categoria precisa ter maior representatividade. Se pensarmos que representamos uma categoria cujo universo de trabalhadores ultrapassa a casa de 500 mil, fazer um congresso com cerca de 200 delegados apenas é fazer um congresso com pequeníssima representatividade. Defendemos a ampliação da participação dos trabalhadores.
- Porque pensamos diferente e não queremos perder nossa identidade compondo com aqueles que em nossa visão têm teoria e prática que vão ao sentido da conciliação de classe e a política de conciliação de classe abrirá espaço para o golpe da direita financiada pelo imperialismo. Neste sentido lamentamos que a "oposição de esquerda" tenha abdicado da construção de uma chapa de oposição. Não basta companheiros, ter o discurso revolucionário, é preciso ter a prática revolucionaria. A composição de uma chapa única confunde os trabalhadores, dificulta a compreensão política e a formação da consciência de classe, atrasa o nosso desenvolvimento rumo a libertação dos trabalhadores enquanto classe.
- Porque somos contra a política de frente popular. Os governos de frente popular, como foi o caso do governo Lula e na sequencia o governo Dilma, não conseguirão romper os acordos e laços que os prende à burguesia. Os governos "democráticos", "nacionalistas" e "populares" não podem deixar de governar por meio de acordo com os grandes capitalistas, uma vez que são governos burgueses e, portanto, incapazes de expropriar a propriedade privada.
- Somos contra o pacto federativo como forma de aferição da decisão dos trabalhadores em assembleia. Defendemos que sejam consideradas as propostas enviadas trabalhadores e definida uma forma nova e representativa de aferição da vontade da maioria dos trabalhadores.
- Porque achamos que a direção do SERPRO, assim como a direção da DATAPREV, está atacando os trabalhadores, seus direitos, suas organizações, praticando, inclusive, crime contra a organização do trabalho, o que foi denunciado à direção da federação que hoje termina seu mandato e que não fez nada.
É inconcebível que trabalhadores sejam punidos porque foram beneficiários de uma ação coletiva movida pelo sindicato e vitoriosa na justiça e que a empresa exija dos trabalhadores, para terem ascensão profissional, que procurem o sindicato para abrirem mão de todo e qualquer processo coletivo ajuizado pelo sindicato em defesa dos seus direitos e isto está sendo praticado pela atual direção do SERPRO.
Não gostamos de ver o SERPRO tão exposto negativamente como está com a administração da atual gestão quer seja no Ministério Público, no Tribunal de Contas da União, entre outros. Achamos inconcebíveis os ataques desfechados pela direção da Dataprev e do Serpro contra os seus trabalhadores. Defendemos uma direção para a federação que seja autônoma e independente em relação aos governos e às direções das empresas. Defendemos FORA ASSUNÇÃO E FORA MAZONI.
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