Considerações
acerca da Proclamação da República (15/11/1889):
A proclamação do regime republicano brasileiro aconteceu em
decorrência da crise do poder imperial, ascensão de novas correntes
de pensamento político e interesse de determinados grupos sociais.
Aos fins do Segundo Reinado, o governo de Dom Pedro II enfrentou esse
quadro de tensões responsável pela queda da monarquia.
Mesmo buscando uma posição política conciliadora, Dom Pedro II não
conseguia intermediar os interesses confiantes dos diferentes grupos
sociais do país. A questão da escravidão era um dos maiores campos
dessa tensão político-ideológica. Os intelectuais, militares e os
órgãos de imprensa defendiam a abolição como uma necessidade
primordial dentro do processo de modernização sócio-econômica do
país.
Os abolicionistas, que associavam a escravidão ao atraso do país, acabavam por também colocar o regime monárquico junto a essa mesma idéia. É nesse contexto que as idéias republicanas ganham espaço. O Brasil, única nação americana monarquista, se transformou num palco de uma grande campanha republicana apoiada por diferentes setores da sociedade. A partir disso, observamos a perda das bases políticas que apoiavam Dom Pedro II. Até mesmo os setores mais conservadores, com a abrupta aprovação da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, começaram a ver a monarquia como um regime incapaz de atender os seus interesses.
Os abolicionistas, que associavam a escravidão ao atraso do país, acabavam por também colocar o regime monárquico junto a essa mesma idéia. É nesse contexto que as idéias republicanas ganham espaço. O Brasil, única nação americana monarquista, se transformou num palco de uma grande campanha republicana apoiada por diferentes setores da sociedade. A partir disso, observamos a perda das bases políticas que apoiavam Dom Pedro II. Até mesmo os setores mais conservadores, com a abrupta aprovação da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, começaram a ver a monarquia como um regime incapaz de atender os seus interesses.
A Igreja, setor de grande influência ideológica, também passou a
engrossar a fila daqueles que maldiziam o poder imperial. Tudo isso
devido à crise nas relações entre os clérigos e Dom Pedro II.
Naquela época, de acordo com a constituição do país, a Igreja era
subordinada ao Estado por meio do regime de padroado. Nesse regime, o
imperador tinha o poder de nomear padres, bispos e cardeais.
Ao mesmo tempo, alguns representantes do poder militar do Brasil
começaram a ganhar certa relevância política. Com a vitória na
Guerra do Paraguai,
o oficialato alcançou prestígio e muitos jovens de classes médias
e populares passaram a ingressar no Exército. As instituições
militares dessa época também foram influenciadas pelo pensamento
positivista, que defendia a “ordem” como caminho indispensável
para o “progresso”. Desta forma, os oficiais – que já se
julgavam uma classe desprestigiada pelo poder imperial –
compreendiam que o rigor e a organização dos militares poderiam ser
úteis na resolução dos problemas do país.
Os militares passaram a se opor ferrenhamente a Dom Pedro II,
chegando a repudiar ordens imperiais e realizar críticas ao governo
nos meios de comunicação. Em 1873, foram criados o Partido
Republicano e o Partido Republicano Paulista. Aproximando-se dos
militares insatisfeitos, os republicanos organizaram o golpe de
Estado contra a monarquia.
Nos fins de 1889, sob fortes suspeitas que Dom Pedro II iria retaliar
os militares, o marechal Deodoro da Fonseca mobilizou suas tropas,
que promoveram um cerco aos ministros imperiais e exigiram a
deposição do rei. Em 15 de novembro daquele ano, o republicano José
do Patrocínio oficializou a proclamação da República.
Por Rainer Sousa
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Tenha um bom dia e um ótimo feriado!
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